O ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Jorge Hage disse para o jornal Folha de S.Paulo que "[os sigilos bancário, fiscal e comercial] foram criados para a proteção da privacidade da pessoa de bem, mas hoje funcionam como biombos para os criminosos". Pelo raciocínio inteligente do sr. Hage, todos aqueles que invocam o direito à privacidade em tais transações seriam, a princípio, criminosos. E se isso não fosse o bastante, ele também diz que "[n]ão pode ser a pretexto do risco de abuso que se dificulte a apuração dos crimes. Vivemos no Brasil um problema oposto, a transformação em tabu da noção de sigilo bancário e fiscal para fins de investigação." Como se houvesse muita privacidade bancária no Brasil mesmo, basta ler a Lei Complementar 105/2001.
Ophir Cavalcante Junior, diretor tesoureiro da OAB falou ao 1º Encontro Nacional de Identificação do Polícia Federal e fez vários questionamentos sobre a constitucionalidade do Registro Único de Identificação Civil, oficialmente conhecido como Cadastro Único (CU). Como diz a reportagem : Uma das principais preocupações da OAB com o sistema único de identificação, observou, é de que ele possa representar violação aos direitos fundamentais e garantias individuais, previstos no artigo 5° da Constituição, ou favorecer no futuro o fortalecimento do autoritarismo e de um Estado policial, ante o eventual enfraquecimento ou desaparecimento da democracia no País. Meu Deus do Céu! A OAB ainda tem dúvidas sobre a "violação aos direitos fundamentais e garantias individuais" que o CU pode inflingir sobre as pessoas no Brasil? A OAB já ouviu falar em Ahnenpaß ?
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