André Lemos sabe das coisas relacionadas à tecnologia, vai ver por isso, ele não foi convidado para nenhuma discussão sobre a Lei Azeredo no Congresso Nacional. E eis a razão. Lemos publicou em seu blog o estudo Assessing the impact of CCTV do Home Office do Reino Unido, sim, aquele ministério onde Jacqui Smith manda e desmanda, para tristeza e desespero de britânicos. O estudo demonstra a ineficiência das câmeras de vigilância. Melhor foi o comentário de Lemos no post:
Acabo de ler as conclusões do relatório sobre o uso das CCTV, "Assessing the Impact of CCTV", do Home Office Research Study (2005), no Reino Unido. As conclusões reforçam mais uma vez a ineficiência das câmeras, o determinismo e a fé tecnocrática, bem como o gasto de dinheiro público. Aqui no Brasil, a adoção tem sido crescente e o discurso da segurança pela vigilância está presente em todos os debates nas atuais campanhas para prefeitos nas principais capitais brasileiras.
Vejam que em muitas passagens da conclusão do relatório o que está em jogo é a (in)eficiência das câmeras (e o problema apontado na gestão dos dispositivos dessas informações/imagens). Não há questionamento sobre o princípio, sobre a criação e a expansão de uma sociedade hiper-vigilante onde a mobilidade é esquadrinhada em tempo real, onde banalizar olhares intrusivos pode gerar mostruosidades individuais e coletivas.
Quem escreve isso nunca será convidado por Eduardo Azeredo para fazer contraponto aos absurdos que saem da boca do dito senador. Azeredo não pode correr o risco de ser desmoralizado em público.
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