Uma pesquisa feita pela ONG SaferNet e pelo Ministério Público Federal mostra que 63% dos pais não impõem qualquer tipo de restrição ao uso da Internet pelo seus filhos. E 87% das crianças e adolescentes disseram navegar na rede sem restrições. E então, sem medo algum de dizer algo extremamente ridículo, a procuradora Adriana Scordamaglia diz:
Se alguém tem culpa nisso são os provedores, e até o próprio Estado, que não tem políticas públicas voltadas para a conscientização e prevenção no uso da Internet. Os pais ão sabem muitas vezes o que fazer.
Lógico, né sra. Scordamaglia, eu pago um provedor para que ele bisbilhote a minha vida dentro da minha casa, talvez esteja na hora de eu ir ao Procon reclamar da falta da presença do Fiscal de Puereza e Prevenção dos Vícios que o Vírtua deveria oferecer para mim... Quem sabe quandos as crianças nascem, nos já colocamos o nome do provedor de Internet para que todos saibamos que provedor é "responsável" pela crianaça. Gostei do trocadilho. Depois ela vem com a historinha de que o "Estado", a entidade mágica e abstrata que resolverá todos os males da humanidade, também deve se meter mas não os pais. Estes não podem e não devem interferir na navegação dos seus filhos mas tão só e somente só estranhos com motivos que ninguém sabe.
Pois falando em SaferNet, leio uma cláusula muito peculiar no Termo de Cooperação (apaziguamento) entre a dita instituição e a Google do Brasil:
CLAUSULA QUARTA -CONFIDENCIALIDADE
A SAFERNET nao poderá, direta ou indiretamente, divulgar ou se utilizar de indicadores e estatísticas gerados a partir das respostas fornecidas pela GOOGLE a SAFERNET, ou informações proprietárias da GOOGLE, decorrentes da implementação do processo referido no item "b" da CLÁUSULA PRIMEIRA para qualquer outra entidade além do MPF ou Polócia Federal, exceto se houver requisição de qualquer outra autoridade pública com poder legal de investigação ou ordem judicial obrigando a SAFERNET a tal divulgação.
PARAGRAFO ÚNICO: A GOOGLE concorda que todos os dados e informações geradas ou armazenadas no banco de dados da SAFERNET, provenientes ou oletadas ao longo da interação da SAFERNET com 0 público externo são de titularidade da SAFERNET, que poderá utilizá-los conforme necessidade e interesse da SAFERNET, inclusive para gerar e divulgar indicadores e estatísticas de interesse público.
Ou seja, a SaferNet não poderá divulgar nenhuma estatística referente aos "crimes via Internet", o que dará uma ampla margem para frases vazias do tipo "978% dos crimes no Brasil ocorrem no Orkut" e coisas do gênero.
Comentários