A fraude na emissão de carteiras de motoristas no estado de São Paulo agora constrange pessoas inocentes sem qualquer tipo de relacionamento com a fraude, salvo freqüentar a mesma auto-escola do fraudador. A máfia das CNHs também utilizou ardilosamente impressões digitais de terceiros não-envolvidos no esquema, talvez, acessando o banco de dados com as minúcias das impressões digitais. Um dos que tiveram suas impressões digitais violadas foi o advogado José Antônio dos Santos. Nas palavras de Santos:
Estava no meu escritório, quando apareceram aqui quatro policiais. O constrangimento é evidente
Se a humilhação de policiais adentrando o seu escritório, Santos ainda teve que esperar quatro horas no Detran para ser ouvido e ter suas impressões digitais coletadas novamente. Santos, resignado disse:
Encontrar os responsáveis por isso será difícil
Outra vítima foi o aeroviário Gilberto Neves, que nem chegou a freqüentar as aulas, tendo suas impressões digitais coletadas somente antes do exame psicotécnico. E as soluções propostas pelo Detran são pra lá de ridículas:
- Coletar as impressões digitais nos Ciretrans: Além de ter que comprar 1.520 estações de trabalho biométricas, não há Ciretrans em todas as cidades do estado de São Paulo (há 344 Ciretrans e 645 municípios em SP). Para não comentar o absurdo que seria alguém ter que passar antes e depois do procedimento na auto-escola. Opa, mais uma brecha para fraudes, basta a pessoa ter as impressões digitais escaneadas e não freqüentar a aula, enquanto a auto-escola marca a presença.
- Checagem de impressões digitais: Desconsiderando as leituras erradas, falsos-negativos e falsos-positivos, checar impressões digitais contra um banco de dados só quer dizer que o leitor leu uma impressão digital que corresponde a uma minúcia armazenada. Isto não quer dizer que a impressão digital corresponda a pessoa que deveria, muito menos lê as intenções das pessoa.
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