Um dos grandes mistérios inseridos nos anais da administração pública é a localização do CU, sigla oficial do Registro de Identidade Civil. A abertura do CU está sempre atrasada; da última vez, prometeram-nos para fevereiro. Vasculhando a Internet, descobri um sermão da Seita do Identitismo, perdão, quero dizer reportagem, no site da Band datado de 28 de maio de 2011 prometendo o CU para junho. Lembro-te que estamos no final do mês de junho...
O mais curioso desta reportagem, além do fato de não haver nenhum contraponto à virtual santidade do CU, foi o fato do entrevistado ser ninguém menos que o diretor-geral da Covadis, o fabricante dos leitores de impressões digitais que seriam usados na inserção das pessoas no CU. Além do blablablá típico dos membros da Seita do Identitismo, o sr. diretor-geral Correa solta esta:
Não será mais possível fazer um documento em São Paulo e depois fazer outro igual em outro Estado. Além do mais, quando alguém chegar com o RIC em determinado lugar, ele terá que colocar a digital em um leitor biométrico, o Auriga, e será comprovada sua identidade
Não sei não, mas sinto um cheiro de monopólio no ar... A reportagem traz uma contradição ao principal cliente da Covadis, o desgoverno federal, quando diz que "a implantação da tecnologia impossibilitará a cópia de um documento ou o uso indevido deste por outra pessoa." Como se sabe, o desgoverno federal dá um prazo de 10 anos para hackers penetrarem o CU. Em tempo, a reportagem traz uma boa notícia para paulistas e gaúchos, quando diz que seus governos estaduais não assinaram os "termos de cooperação" para inserção dos seus respectivos conterrâneos no CU. E o sr. Correa manda-nos preparar o bolso:
independentemente dos responsáveis pelo pagamento do registro, o valor será mais alto se comparado ao RG. Os motivos são as tecnologias embutidas no produto.
É isso já realidade mas isto não foi passado a sra. Forte e ao sr. Medeiros, que puseram um link dum artigo com a já ultrapassada estimativa de R$ 12 a 15 por cartão (já estamos em R$ 40 e subindo). Pois é, o governo atacará o bolso traseiro do contribuinte (com trocadilho) para financiar o CU.
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