O vereador Mario Celso Cunha (PSB) quer adicionar a coleta de impressões digitais ao já irritante e ineficiente processo de passar por um detector de metais ao entrar nos bancos. O projeto de lei, como é praxe, passou como um foguete na Câmara de Curitiba. E se a lei é ruim, a justificativa não fica para trás não. Mas não mesmo!
Uma coisa que não acharás na justificativa, nem com banda de música ou com decreto do bispo, é uma base científica. Mas o que não falta é o apelo à emoção na reportagem que serviu, digamos, de base para essa maluquice. Alguns trechos:
O delegado explicou, ontem, como o equipamento poderia evitar roubos e até latrocínios, como o que vitimou o empresário José Niczay Sobrinho, 50 anos, dono do “Nick Costela no Rolete”, que foi seguido pelos marginais e assassinado, em agosto de 2008. Apesar de ter suas imagens captadas pelo circuito de segurança interna do banco, onde o empresário esteve, os suspeitos ainda não foram presos.
(...)
As informações dos clientes ficariam armazenadas num banco de dados. Dessa forma, quem está com intenção de entrar no banco para coletar informações sobre vítimas, certamente não se atreveria botar o pé na agência.
“Eles não se arriscariam. Mas caso aconteça algum furto e roubo dentro do banco, seria fácil de identificar o suspeito, bastando conferir na lista de quem esteve por lá”, disse.
É iso aí! Entra de sola com um caso de homicídio porque nós não temos nenhum estudo científico que corrobore a tese "coletor de impressões digitais afasta bandidos". Aliás, é importante notar que os bandidos não se intimidaram com o fato da agência ter câmeras de vigilância (como se alguém maldoso se intimidasse com isso). E evidente, que num setor onde não se há privacidade nem anonimato, não há problemas de contas de laranja, fraudes e etc. Ah me lembrei! Existe! Identificação de usuários não serve para nada.
E como é de conhecimento público e notório, em Curitiba não há Internet, então o brilhante delegado Luiz Carlos de Oliveira, ainda não sabe dos inúmeros casos de phishing. Mas quando ele souber disso, ele providenciará a instalação de leitores de impressão digital em qualquer engenhoca que acesse a Internet.
Comentários
- Se Hitler não tivesse nascido...
- Se aquele avião da TAM não tivesse arremetido...
- Se Einstein não tivesse investido tanto em sua inteligência e em cálculos...
- Se, Se, Se...
Como toda ação é acompanhada por uma reação, muito provavelmente vai acontecer como hoje tem acontecido no Rio de Janeiro. Estão pacificando as favelas, mas os bandidos não são humanizados. Como conseqüência disto, os arrastões se multiplicaram.
"Dessa forma, quem está com intenção de entrar no banco para coletar informações sobre vítimas, certamente não se atreveria botar o pé na agência."
Realmente poderão não entrar, porém muito provavelmente vão passar a assaltar qualquer um que saia do banco.
“Eles não se arriscariam. Mas caso aconteça algum furto e roubo dentro do banco, seria fácil de identificar o suspeito."
E quem disse que precisa ser uma pessoa suspeita para vigiar os clientes dentro do banco. Ou vão prender todos que estiveram dentro da agência no dia do assalto?