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Revistas policiais crescem em São Paulo

O Estado de S. Paulo reporta que a Polícia Militar de SP quer fechar o ano de 2010 revistando cerca de 11 milhões de pessoas, quase um terço da população daquele estado. O número previsto corresponde a um aumento de 65% desde 2005. Como é de costume no Brasil, a reportagem explica que a Rota distribuiu panfletos em outubro deste ano, 40º aniversário da dita instituição, de como as pessoas devem se portar. Isso mesmo! Não é um folheto de como um policial deve agir mas sim como uma pessoa que não está fazendo nada de errado tem que se portar mediante pessoas armadas.

Agora, o Instituto Sou da Paz (uma daquelas inúmeras ONGs de esquerda) criou uma iniaciativa para tornar a experiência, digamos, menos desagradável. Olha o que diz o sr. Denis Mizne:
A abordagem é o principal cartão de visitas da polícia e por isso é necessário que esse momento não se transforme em uma ação vista como abusiva. A ideia da campanha é conseguir mostrar isso ao policial que está na rua.
A questão não é mostrar a pessoa que a ação não é abusiva, algo particularmente complicado. O no górdio da questão que está sendo discutida no blog Abordagem Policial (que aliás, não tem quase nada de conteúdo) é mostrar ao policial que a sua ação não é abusiva.

Agora vamos a uma análise mais matemática da abordagem. De acordo com a capitã Tânia Pinc, cerca de 1% dos abordados "têm problemas com a lei". Isto é corroborado por um próprio site da PM, que fala em 1,1%. Aliás, este mesmo site diz que "[u]ma abordagem policial é desconfortável". O site também diz:
As pessoas de bem não devem temer uma abordagem policial; basta seguir as orientações dadas pelos policiais militares que estão nas ruas fazendo o seu serviço, pois não há como saber se o indivíduo abordado é um cidadão de bem ou um criminoso, por isso seguem procedimentos policiais de segurança a serem adotados na polícia paulista e no mundo todo.

Aos policiais, compete a preservação da vida do abordado, dos transeuntes e a sua própria. Ao abordado, colaborar com a polícia. Com isso, ganha a segurança. Ganhamos todos nós.
Papinho semelhante encontra-se no Abordagem Policial:
É importante destacar que antes de abordar alguém na rua, o policial não sabe se a pessoa é criminosa ou não e a maior parte das pessoas abordadas não são.
Por ordem. Não é que as pessoas temam (se bem que determinados policiais podem fazer as pessoas temerem), é o fato que as pessoas sentem-se corretamente irritadas em serem abordadas no cotidiano para chegar quase ao ponto de provar sua inocência. E aproveitando o gancho, que história é essa de que não "há como saber se o indivíduo abordado é um cidadão de bem ou um criminoso"? Aquele artigo da Constituição que todo mundo é inocente até que se prove ao contrário foi revogado? Quando? E que tipo de colaboração com a polícia que o abordado deve ter? Isto é baseado em texto legal dizendo claramente que o abordado deve obedecer absolutamente a todas as ordens do policial?

Enfim a matemática. De acordo com os cálculos da polícia, a mesma e efientíssima polícia que fez das residências paulistas verdadeiros bunkers (só faltando o poço com crododilos), de cada 100 pessoas abordadas, 99 são inocentes e o resto, na maioria como prova a reportagem do Estadão, são de crimes como porte de armas e drogas; se as drogas fossem descriminalizadas e se devolvessem ao cidadão o direito de autodefesa, o número de "sucessos" em abordagens seria ainda menor. Por sua vez, se considerarmos que cada abordagem demora 1 minuto e meio, nós teremos 16.335.000 de minutos desperdiçados com inocentes, isto é 272.250 horas, 11.343,75 dias, 378,125 meses ou 31,51 anos. E isto é eficiência? Deixo a resposta por tua conta!

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