Pular para o conteúdo principal

Zero Hora dá mais um fora

O jornal Zero Hora não aprecia aquela regrinha básica do jornalismo: ouvir os dois lados. Hoje, ZH tem uma notícia sobre a imbecil e inconstitucional Lei 12.714/2007, onde só apresenta o lado pró-Lei tosca. A única coisa decente da matéria é a fala de Vilson Noer, presidente do CDL de Porto Alegre:
Concebida para conferir mais segurança nas transações, a norma é vista como pouco útil nesse sentido pelos lojistas. Segundo Noer, pesquisa da entidade revela que há poucos prejuízos decorrentes do uso de cartões de débito por ladrões. Com os de crédito, o percentual seria, conforme Noer, de menos de 1% do faturamento.
Aí, mais abaixo, há uma fala de Sua Hesselênçia Carlos Gomes (PPS), sobre possíveis alterações na lei (que repito, não tem nenhuma validade legal):
A principal solicitação é de que a presente lei não transfira o ônus das operadoras para os estabelecimentos e que os cartões de débito fiquem fora da lei
Bom, eu acho que o protótipo rejeitado de ser humano não saber ler contratos, nem decisões do STJ e nem mesmo o Manual do Consumidor preparado pelo Procon Estadual, que diz:
O consumidor poderá ter que pagar todas compras feitas no cartão desde o momento em que foi roubado até a hora em que avisou a administradora. Não perca tempo. Tome providências o mais rápido possível.
E então, Zero Hora, no melhor exemplo de não ouvir os dois lados do assunto traz opiniões de pessoas sobre a lei. Eis que todas as opiniões são favoráveis, mesmo quando o título da matéria seja "Uma dobradinha polêmica nos dois lados do balcão".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quero ver tu achares uma constitucionalidade

Ophir Cavalcante Junior, diretor tesoureiro da OAB falou ao 1º Encontro Nacional de Identificação do Polícia Federal e fez vários questionamentos sobre a constitucionalidade do Registro Único de Identificação Civil, oficialmente conhecido como Cadastro Único (CU). Como diz a reportagem : Uma das principais preocupações da OAB com o sistema único de identificação, observou, é de que ele possa representar violação aos direitos fundamentais e garantias individuais, previstos no artigo 5° da Constituição, ou favorecer no futuro o fortalecimento do autoritarismo e de um Estado policial, ante o eventual enfraquecimento ou desaparecimento da democracia no País. Meu Deus do Céu! A OAB ainda tem dúvidas sobre a "violação aos direitos fundamentais e garantias individuais" que o CU pode inflingir sobre as pessoas no Brasil? A OAB já ouviu falar em Ahnenpaß ?

Eu vejo a luz!

Não. Eu não estou falando de um fato eleitoral ocorrido esta semana (algo que não aconteceria se Mitt Romney fosse o candidato). Estou falando de um comentário que recebi. A um bom tempo atrás, ainda em abril de 2006, mandei um e-mail para a ONG SaferNet perguntando quem a financia, essas coisas da vida. Esperei sentado, deitado, caminhando, correndo e de outras formas e nada. Eis que a luz aparece para mim nesta madrugada. O leitor Leandro (sem sobrenome) deixa um comentário que transcrevo na íntegra: Quem são os agentes envolvidos? O próprio site da Safernet ajuda a descobrir: http://www.safernet.org.br/site/institucional/redes/inhope E esta Inhope: https://www.inhope.org/en/partners/partners.html https://www.inhope.org/en/partners/sponsors.html Sabendo-se quem é principal patrocinador desta rede dá para entender porque a Safernet implica tanto com o Google e o Orkut. Como fazia um tempinho que não acessava o site da SaferNet, notei que eles mudaram o layout da página. Indo ao pri

Privacidade, algo que passa TRI longe

Esqueci-me de postar um pedido de acesso à informação que fiz à Prefeitura de Porto Alegre sobre o TRI , o sistema de bilhete eletrônico dos ônibus portoalegrenses. Fiz o pedido em 8 de março, com prazo para 11 de abril, mas só recebi a resposta no dia 7 de maio. A despeito da demora, a pessoa que me respondeu fez a gentileza de responder-me usando meus questionamentos, ao invés de elaborar uma resposta geral e separada. Abaixo as perguntas e as respostas. Prezado(a) Sr.(a) Relativo ao seu pedido de informação ao Município de Porto Alegre, informamos o que segue:  - Existe uma política de privacidade para o programa? Se sim, gostaria de receber uma cópia de tal política. Não existe um Documento formal, entretanto a política adotada é de confidencialidade e privacidade dos dados.  Eles lidam com uma quantidade considerável de dados, que permitem rastrear uma pessoa dentro de Porto Alegre mas não formalizaram uma política de privacidade, utilizando-se apenas da esotérica exp