As Cuzetes, apelido carinhoso para as pessoas que apoiam a medonha Lei 9.454/1997 (a lei do CU - Cadastro Único), poderão ser cobaias em Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Maranhão, Rio de Janeiro e Santa Catarina (SC também teve o desprazer de ser cobaia das urnas eletrônicas e das urnas biométricas) do projeto-piloto do RIC, apelido informal do CU. Considerando que a implantação do CU já foi prometida para muito antes e sempre foi postergada, e desta vez estamos falando ainda dum projeto-piloto, vamos esperar para ver em dezembro.
Enquanto isso, o Estado de S. Paulo, talvez o único jornal brasileiro com uma política editorial decente sobre privacidade, traz a opinião do dr. Marcel Leonardi (segue-o no Twitter @MarcelLeonardi) critiicando o fato do CU centralizar todas as informações da pessoa num local. Como tu sabes, eu, além dos problemas da centralização, tenho uma divergência filosófica profunda e irreconciliável com a ideia do governo identificar as pessoas. Explico-me: quando o governo arvora-se o direito de identificar as pessoas, ele está autoconcedendo-se o direito de dizer quem é pessoa ou não e sempre que governos fazem isto, isto acaba dando problemas.
E o CU vem sendo proposto por um governo que não consegue ter o menor controle sobre informações pessoais, basta ver o atual affaire Receita Federal.
E se não bastasse, Ricardo Martini, do ITI, defende enfaticamente a obrigação do uso do CU para acessar a Internet.
P.S.: Também recomendo a leitura deste editorial d'O Estado de S. Paulo.
Comentários
Agora esta desculpa de dizer que tem gente com 15 documentos diferentes, é uma piada, já que não deve ser muito difícil encontrá-las ou consertar o banco de dados nacional.
E depois, caso precise tirar uma "segunda via"? Vai é sair caro pra burro.