O Estado de S. Paulo noticia que o desgoverno federal introduzirá amanhã a tecnologia que será utilizada para implementar o Siniav, uma iniciativa para demolir a privacidade dos carros no Brasil. O dito chip a ser instalado não apenas servirá para violação de privacidade mas também poderá ser “emprestado” para a iniciativa privada:
Além desses dados, o município poderá atribuir outras funções. No caso de São Paulo, fiscalizar o rodízio de veículos, por exemplo. Metade da capacidade do chip será usada para armazenar informações públicas e a outra metade poderá ser "explorada" pela iniciativa privada. Empresas de estacionamento podem usá-lo para controlar o acesso e fazer cobrança por cartão de crédito.
Como era de se esperar, o Siniav é defendido com falácias e wishful thinking, custará pelo menos R$ 400 milhões só para ser implantado na cidade de São Paulo (não inclui a manutenção subsequente do Siniav) e a Prefeitura de São Paulo não garante o sigilo dos dados. Estranho mesmo foi o backtrack de Cyro Vidal, presidente da Comissão de Assuntos e Estudos sobre Direito de Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). Antes sua opinião era essa:
Para ele, o País caminha para a vigilância total sem razão. “Isso não está me cheirando bem, vamos ver quantas empresas podem fazer isso.”
Agora, Vidal solta essa:
O presidente da Comissão de Trânsito da OAB-SP, Cyro Vidal, não vê ilegalidade no chip. "Mas é uma forma de o Estado estabelecer controle sobre o cidadão."
E depois não sabem por que há tantas piadas de advogados.
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