O Folha de S.Paulo traz hoje uma reportagem sobre um erro num grampo telefônico que custou a prisão de um inocente. Como diz a reportagem:
Sua prisão, como a Justiça reconheceu no final de 2007, foi um erro -um dos mais clamorosos em operações da PF no país.
Hugo Sterman Filho foi confundido com outro Hugo na Operação Anaconda em 2003. Sterman ficou preso por 11 dias até que o erro pudesse ter sido. Em 2007, graças a competência da Polícia Federal, o contribuinte teve que pagar uma indenização de R$ 550 mil. E como disse José Carlos Cosenzo, Presidente da Associação Nacional dos Membros do MP, na CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas:
A outra colaboração que nós poderíamos dar e aqui, vendo o jornalista Fausto Macedo, e foi com base até numa reportagem de jornal que ele fez no Estadão, é que nós verificamos que, no ano de 2007, foram realizadas 409 mil interceptações, 409 mil interceptações autorizadas pela Justiça no ano de 2007. Portanto, ainda que se não acompanhasse a crítica incisiva dos desembargadores que criticam essa banalização do grampo, para nós fica muito difícil com 409 mil — 409 mil! — deferimentos, seria absolutamente impossível se acompanhar de uma forma criteriosa a coleta dessa prova. Portanto... E aqui eu acompanhei, na última reunião,o desabafo do Relator, Nelson Pellegrino, e aqui, talvez, se o Ministério Público fosse ouvido previamente quanto a esses pedidos, talvez essa quantidade de interceptações não tivesse necessidade.
E com tudo isso aí em cima, dá para ter uma noção do que é o mundo dos grampos telefônicos no Brasil.
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