O Estadão deste domingo traz uma reportagem intitulada "Um pesadelo que nunca acaba" sobre pessoas que foram presas por engano, pois é, o estado rouba 40% do PIB no Brasil e não consegue prender bandidos. Agora, adivinhe o que seria para "ajudar" a combater o crime que, na verdade, coloca inocentes no convívio de estrupadores e assassinos. Isso mesmo, as carteiras de identidade.
Num dos casos citados, um funcionário público de São Bernado do Campo (SP) está sendo acusado de seqüestro por que os seqüestradores conseguiram, de alguma forma, cópias da sua carteira de identidade. Dias ainda não sabe quem é o seqüestrador tampouco como tais cópias cairam nas mãos do bandido. Fica a pergunta: será que o Brasil atingiu um ponto de estupidez tamanha a acreditar que um criminoso deixará de cometer um crime só porque existe um pedaço de papel estatal com aquilo que ele diz ser seu nome?
Em outro caso, cujo nome não foi citado, um inocente teve que começar uma psicoterapia para ajudá-lo a superar o trauma de estar preso por 12 horas devido ao fato de um bandido ter uma cópia do seu documento de identidade.
Casos como estes são mais comuns do que se possa imaginar, já que no Brasil se instalou uma crença fanática que documentos de identidade são armas de combate ao crime. Para ser honesto, nunca vi nenhum crime ser prevenido por algum documento de identidade; quem conhece algum caso, é só comentar nest post. Vamos mais longe: quero ver alguém me provar a utilidade das carteiras de identidade em qualquer situação cotidiana, estatal ou não.
Por fim, é um pesadelo mesmo ver pessoas honestas tendo suas vidas e identidades destroçadas para que os fiéis da Seita do Identitismo se satisfaçam na sua imbecil e totalitária jornada ao obscurantismo.
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