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E para variar, o Nota Fiscal Gaúcha não decola

A Rádio Gaúcha reporta que o programa de monitoramento de compras chamado Nota Fiscal Gaúcha completou dois anos. Aí a notícia descamba para o fato de após dois anos, o NFG tem pouca capilaridade no estado. Como diz a reportagem:
Na Capital, 17% dos moradores está cadastrado no programa. No entanto, a participação é menor no interior do Estado. Entre as dez maiores cidades, Santa Maria é a que mais aderiu ao CPF na nota, com 13% dos moradores inscritos. Entre as maiores, Viamão é a que tem menos participantes, 5% da população.

Mas são nas cidades com menos de 100 mil habitantes que encontramos casos em que a nota ainda não emplacou. Um exemplo é Uruguaiana, onde 4% dos moradores está cadastrado na Nota Fiscal Gaúcha.
Tem toda aquela ladainha de que o programa é novo e tal. Curiosa é a declaração do sr. Ricardo Pereira, coordenador do dito programa. O sr. Pereira diz que as pessoas ficam receosas de repassar seus dados para o programa. Também pudera! Dificilmente os gaúchos confiarão num governo conhecido pela sua péssima gestão do Consultas Integradas. Isso sem considerar que a Receita Federal respondeu-me, por meio de um pedido de acesso à informação, que pode acessar os dados do NFG (assim como outros programas do gênero) por meio de convênios.

Usando os dados da reportagem, trago abaixo a participação no Nota Fiscal Gaúcha nas dez maiores cidades do estado:


Pelo menos, o leiaute do Nota Fiscal Gaúcha só anota o valor total da nota fiscal, o número no CPF do participante e data de emissão da nota fiscal. Ao contrário do Nota Fiscal Paulista, que exige que se envie ao sistema do dito programa informações como a descrição do produto e o meio de pagamento.

É bom notar o esgotamento do crescimento do Nota Fiscal Paulista. Abaixo, dados sobre os usuários e a população paulista:


O esgotamento também nota-se na quantidade de documentos fiscais emitidos com número no CPF ou CNPJ:


Até os valores processados para pessoas físicas mostra este esgotamento:


Certo seria uma tendência de queda na participação destes programas de diminuição da privacidade nas compras no varejo.


Comentários

Anônimo disse…
http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/08/venezuela-limita-compras-em-supermercados.html

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