De acordo com as últimas notícias, existem dois grupos na CUrrida para serem as primeiras cobaias do medonho Registro de Identidade Civil: trabalhadores da Copa do Mundo e da Dataprev. IstoÉ reporta:
Cerca de 30 mil trabalhadores, empregados na construção dos estádios, serão os primeiros brasileiros a receber o novo e moderno documento de identidade conhecido por Registro de Identificação Civil (RIC), que reunirá, num único chip, todas as informações sobre a vida do cidadão.
Eu não sei o que é mais estranho, se é a enésima notícia sobre a implantação não-implantada do CU ou o fato de misturar duas coisas altamente inúteis ao povo brasileiro, a Copa do Mundo e o Registro de Identidade Civil. Na outra pista da CUrrida vem a Dataprev que quer inserir seus funcionários no CU (se isto é voluntário ou não, eu não sei):
A Dataprev está entre as instituições do governo que participarão do projeto piloto de implantação do Registro de Identidade Civil (RIC). Com isso, empregados dos estados do Rio de Janeiro, da Bahia e do Distrito Federal receberão o documento que substituirá as atuais carteiras de identidade.
Agora eu estou em dúvida: quem terá a honra de ser o primeiro grupo a participar do cadastramento no CU?
Mas já que estamos falando no dito cujo, olha o que eu acho na Internet. Isto é um texto sobre fraudes na Previdência, mais especificamente em benefícios irregulares de auxílio-doença. Lá pelas tantas aparece o CU como salvação:
A ação preventiva do Governo Federal nos sistemas operados pelo INSS seria uma importante ferramenta no combate às fraudes. A DATAPREV tem que modernizar os sistemas de dados previdenciários, pois outras ações governamentais estão sendo implementadas para várias finalidades, inclusive o controle previdenciário. É o caso do Registro de Identidade Civil, que vai separar os certos dos errados, os lícitos dos ilícitos, promovendo exclusão social de quem, num futuro breve, não o tiver. O RIC permitirá uma redução significativa na criação fraudulenta de segurados e dependentes da Previdência Social.
Quanto a última sentença, não há dados científicos corroborando-a. Mas o testemunho de fé está presente no texto quando o CU separará "os certos dos errados", "os lícitos dos ilícitos". E eu pensei que esta tarefa fosse da Justiça. Aparentemente, eu sou uma pessoa muito antiquada! Só que Borsio acerta, embora acredito que sem intenções, ao dizer que o CU promoverá "exclusão social de quem, num futuro breve, não o tiver". Ele está corretíssimo. Não existem regimes autoritários sem documentos de identidade, de preferência centralizados.
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